terça-feira, 6 de dezembro de 2016

Compra de Dezembro/16 | WEGE3





Fala galera

Poisé, entrou a empresa WEG na carteira, já queria compra ela a um bom tempo e já não era hora. Uma grande empresa brasileira que tem grande parte das suas operações no mundo todo, é uma multinacional. Atua no ramo industrial, produz motores elétricos, geradores, transformadores, disjuntores, acionamento de motores, controle e automação industrial, componentes mecânicos, equipamentos de energia, tintas e vernizes.


O lucro líquido vinha crescente desde 2011 até 2015, mas este ano sentiu o baque da crise. Nada muito fora do normal, quando a economia está fraca se tem menos investimentos na área em que a empresa opera. A dívida é quase inexistente, a empresa tem um belo caixa, ROE de 20%.


Na cotação atual e líquido atual, o Poder de lucro está em torno de 5%. Pra quem não sabe, poder de lucro é Lucro líquido/Valor de mercado.

(LPA / Preço da cota) * 100

Alguns usam o EBITDA (O próprio Warren Buffet indica), mas ao meu ver não muda muito pra nós pequenos meros mortais investidores.

Compra do mês de dezembro


Ativo Código Quantidade Valor
Weg SA WEGE3 40 R$ 596,40


Minha carteira já está atualizada com a nova aquisição.

Abraços








sexta-feira, 2 de dezembro de 2016

Renda Passiva Novembro 2016 | R$ 117,13.


Salve pessoal

Chegada a hora de analisar a renda passiva que meu patrimônio é capaz de gerar para minha família. A meta inicia é que esta renda gerada por nossos investimentos possa cobrir nossas despesas básicas.

Após a cagada que fiz, invertendo dia ex e dia data-base, o mês passado apresentou uma baixa renda passiva comparado ao que deveria ser. O resultado desse mês foi muito bom, minha maior renda passiva recebida por enquanto.
As ações ainda não estão apresentando um resultado expressivo neste quesito, até porque a meu capital alocado em ações é pífio. Minha estratégia no momento é comprar ativos que gerem fluxo de caixa. Os resultado da renda passiva se deve principalmente aos FIIs e os juros recebidos.

Fechamos o mês com uma renda passiva de: R$ 117,13.

Renda Passiva Anual: R$ 357,92

Índice de Riqueza Pessoal: 3,3%



O IRP significa quanto minha renda passiva hoje significa perante minhas despesas, ou seja, minha renda passiva hoje cobriria 3,3% de minhas despesas, entretanto os dividendos/alugueis são reinvestidos e os juros não são resgatados.

Os proventos recebidos provenientes de FIIs e Ações, já pagariam a Netflix todo mês, ou quem sabe um hambúrguer. Mas tudo já foi reinvestido para formar o grande bolo de neve.













quinta-feira, 1 de dezembro de 2016

Fechamento Novembro 2016 | R$ 19.175 (+19,5%)


Salve, blogosfera

Chegou o fim de novembro, e vamos fechar mais um mês do ano de 2016. Esse mês foi uma loucura pra min, muita correria em todos os lados da minha vida. Minha esposa esta se formando, e eu estive ajudando ela no TCC, além disso eu tive minhas provas finais, que como eu comentei em um post anterior se acumulam tudo em uma semana, se já não bastasse ainda tem a empresa (que acabou ficando um pouco em segundo plano nas ultimas semanas).

A bolsa teve uma queda e eu fiquei me coçando pra comprar alguns papeis, mas segui o plano, independente do que aconteça. Evitando girar patrimônio, mesmo que pequeno.

Patrimônio: 19.175,97 (quase batendo a meta de 20k)




Aporte: R$ 3.512,00. Investimos 50% da renda do mês, pois teve uma parcela do 13° e foi todo destinado aos aportes.




Composição e rentabilidade: Como já mencionei estou formando a carteira de FIIs, então foi destinado 1.642,00 em FIIs e 1.870,00 foi para renda fixa. Sobre a rentabilidade do patrimônio (sistema de cotas), resultado negativo, principalmente pela queda acentuada das ações e dos fiis: -1,96%.









Até a proxima.



segunda-feira, 28 de novembro de 2016

A historia de Arnaldo pt6 - final


As meninas nasceram no começo de Dezembro de 2009. Alice ainda estava na Perinatal quando o Flamengo venceu o Grêmio por 2 a 1, gols de David e Ronaldo Angelim, sagrando-se campeão brasileiro de 2009.

O avô já tinha enviado um gigantesco enxoval flamenguista para as meninas. Até babador com o autógrafo do Zico tinha lá. Arnaldo acompanhou o jogo da maternidade, pela TV de 7 polegadas portátil. Animadíssimo, com as meninas ainda no Berçário, sugeriu, ingenuamente, que as meninas fossam chamadas de Ronalda e Angelina, em homenagem ao zagueiro do Flamengo.
 Nuvens negras aterrorizantes, com direito a raios e trovões, surgiram nos olhos de Alice, cansada da cesariana. Se olhar matasse...

Arnaldo registrou as meninas dois dias depois, exatamente como a mãe quis, Sofia e Marina. Em apenas 7 dias Arnaldo tirou o CPF das meninas pelo correio e deu entrada na papelada para colocar Sofia e Marina na bolsa, com conta na corretora, senha de Home Broker e tudo. Com 29 dias de vida, ambas ganharam suas primeiras 10 ações ON da VALE. Registrou as meninas para pagar a “tabela bolsa” (2% de corretagem), sem custódia, e prometeu comprar R$ 100,00 para cada em ações todo mês.

Resumindo até 31/12/2009 
168 aportes, totalizando R$ 78.270,65. Média de R$ 465,90.
19.411 ações VALE3, R$ 19.202,54 de dividendos reinvestidos em ações, totalizando um patrimônio de R$ 960.916,07.
A rentabilidade média de seu investimento ficou POSITIVA em 35,6% ao ano. Os dividendos representaram R$ 1.598/mês, quase 47% de seu salário de R$ 3.478,54.

2010 – Estagnação nos dividendos 
O ano de 2010 foi relativamente tranqüilo para a bolsa e ainda trouxe ganho muito bom ao portfólio de Arnaldo, mas um item o estava incomodando. Os dividendos, após subirem 50% entre 2007 e 2008, estavam estagnados há 2 anos em pouco mais de R$ 19.000 por ano. Para 2010, a julgar pela divulgação de da VALE, o patamar deveria se manter.

É claro que, ao voltar a ter mais de R$ 1 milhão em ações, Arnaldo estava felicíssimo com os resultados, mas aquele objetivo parecia ainda muito distante... Em 2010, Arnaldo formou-se em economia, pois havia aproveitado muitas matérias de sua primeira faculdade, de engenharia. Recebeu um convite para prosseguir na UERJ e fazer mestrado, mas recusou, pois a vida de pai de gêmeas era, por demais, atribulada. Houve uma mudança grande na empresa em que de Arnaldo.

 Eles reformularam as carreiras e os salários, criaram outros benefícios e novos cargos. Arnaldo teria que assumir a posição de Engenheiro Pleno III, com salário 2 vezes maior, porém sua dedicação também deveria ser muito maior. Isso não funcionava bem para Arnaldo, pois tinha construído toda sua vida com base naquele acerto de redução de horas e mais liberdade que havia feito há alguns anos. Quando o impasse parecia sem solução, os novos gestores da empresa, não querendo deixar a expertise de Arnaldo ir para um concorrente, sugeriram que ele assumisse um cargo de Consultor Especial, com carga de trabalho ainda reduzida e um salário ainda 30% maior do que Arnaldo recebia.

Alice, doce Alice...
Ao chegar a casa, comentou com a mulher sobre as mudanças. Alice felicíssima e Arnaldo meio sorumbático. Quando Alice lhe perguntou por que não estava feliz com a promoção, o aumento e a redução na carga horária, Arnaldo respondeu, muito sem graça:
 - É que..., bem, é bom receber mais, porém meu objetivo de ganhar, só com dividendos, o mesmo que ganho de salário vai ficar mais distante.
Alice, sem acreditar no que ouvia, disse, MUITO SÉRIA:
 - Arnaldo, só você mesmo para receber um aumento, com redução no trabalho e nas responsabilidades, e pensar nisso. Se você continuar com esse apego, vou entrar no seu home broker, mandar vender todas as VALE3 e comprar tudo de TecToy e Bicicletas Monark! Arnaldo gelou! Mas caiu em si, entendendo a bobagem que estava dizendo...

Resumindo até 31/12/2010
180 aportes, totalizando R$ 86.778,17. Média de R$ 482,10.
19.917 ações VALE3, R$ 19.017,47 de dividendos reinvestidos em ações, totalizando um patrimônio de R$ 1.102.109,65.
A rentabilidade média de seu investimento ficou POSITIVA em 33,48% ao ano. Os dividendos representaram R$ 1.585/mês, 44% de seu salário de R$ 3.628,54.

2011 – O último sonho se realiza!
 A bolsa teve um desempenho muito ruim no ano de 2011, a VALE também caiu bastante, reduzindo o patrimônio de Arnaldo em pouco mais de R$ 350.000,00. Mas, já em janeiro, Arnaldo sentiu os efeitos de uma mudança na política de dividendos da VALE. Ele recebeu R$ 0,32 por ação de dividendos, quase R$ 7.000,00.

 E, pelo que parecia, o ano teria ainda muito mais. A companhia pagou, ainda, surpreendentes R$ 0,6082 em abril, R$ 0,9334 em agosto e R$ 1,0237 em outubro. Ao somar os valores, quase R$ 58.000,00 no ano, Arnaldo percebeu que, mesmo com o aumento de 30% que recebeu da empresa, os dividendos corresponderam a 102% do seu salário. Foi um dividend yield da ordem de 5,2%, com base no preço do início do ano.

Resumindo até 31/12/2011 
192 aportes, totalizando R$ 98.020,57. Média de R$ 510,52.
20.611 ações VALE3, R$ 57.786,54 de dividendos reinvestidos em ações, totalizando um patrimônio de R$ 852.596,28.
A rentabilidade média de seu investimento ficou POSITIVA em 27,26% ao ano. Os dividendos representaram R$ 4.815/mês, 102% de seu salário de R$ 4.717,10

Patrimônio final de Arnaldo: 
Um casamento sólido e feliz, duas filhas lindas e saudáveis, liberdade financeira absoluta, para, inclusive, decidir em que quer trabalhar e quantas horas quer dedicar. Ao contrário do que alguns leitores podem pensar esta crônica não trata de finanças diretamente, mas de outros valores. Arnaldo poderia ter tomado decisões de consumo extravagantes, havia patrimônio para isso, mas optou pelo equilíbrio.

Optou por um sistema de valores diferente do padrão, uma cultura diferente. Para o casal, riqueza NÃO é consumir bens e serviços de luxo. Existe a riqueza que liberta e a riqueza que aprisiona. Arnaldo optou, desde menino, pela primeira. A cada passo de sua vida, comprava um pedaço de sua liberdade financeira. E a liberdade financeira, ao contrário do que imaginam as pessoas, não significa um passe livre para gastar de forma indiscriminada.

Considerações sobre a estratégia de Arnaldo na bolsa 
A estratégia de Arnaldo na bolsa peca, evidentemente, pela falta de diversificação. Não só com outras ações, mas também com outros instrumentos. A opção por manter esse “pecadilho” durante toda a crônica foi puramente literária. Ficaria impossível escrever uma história interessante e relativamente curta, se Arnaldo tivesse 15 ações na carteira. E o motivo de pegar a VALE é puramente didático. É uma empresa que todos conhecem, mas poucos se lembram de como foi complicado investir nela no final dos anos 1990. Além disso, teve comportamento regular de pagamento de dividendos e de eventos societários, tais como bonificações e desdobramentos. Arnaldo teria sido bem sucedido se tivesse direcionado esses investimentos a um elevado número de outras empresas brasileiras. Não teriam faltado opções para diversificar, nesses últimos anos. Várias empresas, umas mais e outras menos, teriam apresentado ótimos resultados para o hipotético investidor.

Disciplina nos investimentos. 
Arnaldo investiu todo mês, reinvestiu todos os dividendos e comprou uma empresa com forte crescimento nas vendas e nos lucros. São ensinamentos universais para investimento em bolsa de valores. Têm funcionado em dezenas de países, com milhões de investidores e por muitas décadas. Vale sempre lembrar que em renda variável nada é 100% seguro. Até estratégias vencedoras há décadas podem apresentar alguma necessidade de ajuste. Entretanto, dificilmente estratégias perdedoras há décadas acabarão por tornarem-se vencedoras. Em bolsa, é melhor não inventar muito...

Crédito: Paulo Coutinho.








domingo, 27 de novembro de 2016

A historia de Arnaldo pt5


2008 – O ano da grande virada. Para baixo. 

O ano começou péssimo. O patrimônio chegou a cair R$ 250.000,00 em poucas semanas e as pressões em casa para vender as ações começaram a ficar mais fortes. Havia uma grande incerteza sobre alguns aspectos da economia. Arnaldo entendia um pouco melhor os termos, pois estava no segundo período de economia e já tinha estudado bastante.

Arnaldo pensou bastante sobre sua vida: um assalariado, com nenhum crescimento no emprego nos últimos 13 anos, apenas reposições da inflação, havia conseguido se tornar um milionário. Seus esforços resumiram-se a acompanhar de perto os resultados da companhia e a aportar regularmente 20% de seu salário. Não aportou outras rendas. Sua estrutura de vida continuava modesta. Alice ganhava o suficiente para ter uma vida de muito bom nível, não passava qualquer privação e ainda conseguia ajudar em casa.

Arnaldo continuava com o mesmo sistema de vida, exceto pelo Monza 1996 que já havia se tornado um Palio Weekend 2006. A resposta para o restaurante japonês ainda era a mesmo:
 - Tô duro, vamos deixar para o dia 05. Só que a réplica de Alice, agora, era:
 - Deixe que eu pago.
Seu apartamento era simples, com acabamento mais para o rústico, mas bem localizado e próprio. Não tinham filhos e seus planos para os próximos 3 anos era de manter essa situação como está. Arnaldo lembrou-se dos três primeiros anos de seu investimento. Lembrou que chegou a perder quase 50% do patrimônio e, também, que suas ações chegaram a cair mais de 65%. À época, com investimentos de R$ 12.000, não era tão assustador, mas agora... Pensou também que, se tivesse saído naquela época, talvez não tivesse nem 1/3 do que tinha guardado.

 Não tirou nada naquele janeiro fatídico de 2008. Manteve a aplicação em ações da VALE3. Pois que a bolsa, após uma mínima em meados de janeiro, quando o patrimônio chegou a cair a R$ 800.000, uma perda próxima a R$ 300.000, retomou seu movimento de alta e devolveu o milhão a ele já em fevereiro. Em abril e maio manteve seu patrimônio em torno de R$ 1.200.000.

E o mundo veio abaixo... 

Arnaldo jamais poderia ter imaginado o que ocorreria nos meses seguintes. Conheceu pela primeira vez um Circuit Breaker, que é um dispositivo anti-histeria coletiva da bolsa. Ele para o pregão por alguns minutos, quando registra queda superior a 10%. E o mundo financeiro ficou histérico. Muitas empresas sendo vendidas a preços irrisórios, menores do que suas posições de caixa.
 Em 2008 foram 6 Circuit Breakers, incluindo um duplo (10% e depois 15%). Arnaldo experimentou um sentimento muito estranho ao ver seu patrimônio cair R$ 150.000 em 3 dias. Era bem mais assustador do que quanto tinha pouco dinheiro. 

Na contramão do mercado, amplamente vendedor, Arnaldo reforçou o estudo dos relatórios e releases de resultados da VALE. Reforçou a leitura de análises independentes sobre as perspectivas para a companhia e não conseguia entender o motivo da queda tão expressiva. Pensou em usar parte de suas reservas, que ainda estavam sendo recompostas após a aquisição do apartamento, para comprar mais ações, mas seu comportamento conservador, forjado por mais de 12 anos de investimentos regulares, tinha poder quase absoluto sobre ele. E não fez nada.


 No fatídico mês de setembro de 2008 dois episódios foram especialmente desagradáveis para Arnaldo. O primeiro foi a quebra do Lehman Brothers, episódio que espalhou pânico nos mercados e trouxe turbulência ao lar de Arnaldo. Alice estava seriamente aborrecida, pois o patrimônio havia caído quase R$ 600.000 até outubro. A expressão “eu disse para vender” era ouvida, pelo menos, 2 vezes ao dia em casa.

O outro episódio foi a declaração de prejuízo com derivativos que a SADIA fez ao mercado no final daquele mês. Não era por ele, mas pelo avô. Arnaldo sabia que o avô tinha cerca de 15% de sua carteira em ações da Sadia. Ficou preocupado. Marcou um almoço com o patriarca da família para conversar sobre aquele momento terrível para a economia mundial.

- Salve Arnaldinho! Como estão os investimentos? 
Que desastre, hein! Após ouvir sobre as quedas expressivas na carteira e também sobre a preocupação do neto por conta da queda nas ações da SADIA, Seu Sandro lhe disse: 
- Meu neto, tenho quase 40 anos de bolsa. Comprava ações por telex. Levava quinze dias para comprar e quinze para vender. E sabe-se lá a que preço. Sou do tempo em que o gerente do banco tinha metas de venda de ações. O preço médio de SADIA na minha carteira é próximo a R$ 0,15. Não é necessário se preocupar comigo.
- Fico feliz em saber disso vovô. O outro problema é que Alice está muito aborrecida por eu não ter vendido as ações em janeiro. Ao menos parte delas. Mas sabe,... eu realmente estou perseguindo um objetivo, que é receber, só com os dividendos, o mesmo que recebo de salário.
 - Arnaldo, não tenho como lhe ajudar em casa, mas vou lhe contar um segredo, coisa que nem sua avó sabe. Em 1998 nós amargamos uma queda em nosso portfólio de ações de quase R$ 1 milhão. Foi duríssimo, mas não vendi, não mexi, nada fiz. No ano passado, esse mesmo portfólio rendeu R$ 634.829 só de dividendos. Minha aposentadoria do INSS deu pouco mais de R$ 25.000 no ano. 
- Vovô!!!! O que você fez para ter isso tudo????
 E voltou para casa assustado com o que o avô lhe disse...

Resumindo até 31/12/2008
156 aportes, totalizando R$ 69.966,85. Média de R$ 448,51. 
18.808 ações VALE3, R$ 19.702,54 de dividendos reinvestidos em ações, totalizando um patrimônio de R$ 520.732,17. R$ 660.000 a menos do que o topo, queda de 56,1%. 
A rentabilidade média de seu investimento ficou POSITIVA em 32,53% ao ano. Muitíssimo melhor do que todas as opções de renda fixa. Os dividendos representaram R$ 1.641/mês, quase 52% de seu salário de R$ 3.284,67.


2009 – Recuperação parcial e paz em casa 
Em pouco mais de quatro meses seu patrimônio voltou a casa dos R$ 700.000 e Alice estava mais feliz do que nunca. Mas o motivo não era a recuperação no mercado de ações, mas a descoberta, logo no início do mês Abril, de que estavam grávidos de gêmeos! Arnaldo, que já sempre fez o orçamento da casa com precisão de centavos, tratou de incluir nas projeções as mudanças financeiras que essa gravidez abençoada lhes traria. E não foi pouca mudança! Arnaldo previu, com aquela precisão de engenheiro, todos os novos gastos para 2009, 2010 e 2011. Isso mesmo, ele mantinha previsões orçamentárias para, no mínimo, 3 anos!

A situação do casal era confortável, a renda líquida dos dois ultrapassava R$ 8.500,00, sem considerar o bônus do trabalho de Arnaldo. Sem qualquer dívida, com um ótimo investimento em ações e com uma reserva de mais de R$ 85.000 investidos pelo Tesouro Direto, Arnaldo ficou muito feliz em saber que poderá dar conforto aos filhos, e anda manter sua prática de poupança.

Escolhas do passado... 
Conversando com a “só-sorrisos” futura mamãe, Arnaldo comentou que eles só estão conseguindo garantir o padrão de vida, mesmo com a chegada das gêmeas (duas meninas, isso mesmo), por conta das decisões de poupança do passado. O fato de terem apartamento próprio faz com que não tenham que pagar cerca de R$ 2.000,00 de aluguel. 

Não ter nenhuma prestação a pagar, nenhuma dívida com bancos ou financeiras e, quase sempre, pagar à vista com desconto, lhes garantia uma necessidade de renda bem menor do que o que a maioria das pessoas precisaria, para viver com o mesmo padrão. Arnaldo disse para Alice: - sei que demora para construir, às vezes a gente espera 8 meses antes de trocar a geladeira, 6 anos para trocar de carro, mas essa “paz financeira” vale o esforço.


Continua... 

Créditos: Paulo Coutinho

sábado, 26 de novembro de 2016

A historia de Arnaldo pt4


2005 – O ano em que Arnaldo se questiona sobre aqueles rendimentos altíssimos. 
Arnaldo já quase não se lembrava dos péssimos 3 anos iniciais de sua trajetória. Já não falava com Bianor havia um tempo, pois usava o Home Broker para fazer suas compras mensais. Resolveu ligar para falar com o amigo. Ao atendê-lo ao telefone, Bianor exclama:
-Tá com dinheiro, hein garoto! Não disse?

Arnaldo revelou a Bianor que ficava um pouco preocupado com essa rentabilidade enorme. Se continuasse assim, seria milionário em 5 anos. Bianor alertou:
- Seu avô te ensinou a ter disciplina e a ser estudioso. Ele também opera na corretora e conversamos sobre você com frequência. Mas devo acrescentar algo. Você precisa ter uma meta precisa para seus investimentos. Defina o percentual que deseja entre renda fixa e variável, por exemplo 50% em fixa, 50% em variável, e mantenha esse patamar durante as grandes viradas da bolsa. Você ainda é jovem, pode se arriscar mais um pouco.

Mas defina o que quer ter. Não acredite que a bolsa vá subir para sempre. Arnaldo estava entusiasmado com duas ideias, uma era fazer os dividendos atingirem o patamar de seu salário anual, outra era atingir um patrimônio de R$ 1.000.000,00 em ações. Não se preocupou muito com o que disse Bianor, pois tinha uma boa reserva em renda fixa. Mas resolveu se testar e impôs: Se chegasse a R$ 1.000.000,00 em renda variável, retiraria 50% e colocaria na renda fixa.

Alice estava empolgadíssima com o Home Broker. Já tinha R$ 20.000 em ações, que usava para fazer trades constantes. Comprava e vendia bastante. Ligava para Arnaldo e dizia: - Ganhei 20% em 15 dias. Arnaldo! Levanta dessa cadeira, homem! Arnaldo, como sempre, desconversava e dizia que não nasceu para grandes emoções.

Ao final do ano de 2005, ele com 31 e ela com 27, ficaram noivos e deixaram a data do casório em aberto. Aline havia terminado a residência, mas ainda não havia conseguido algo estável. Arnaldo estava cada vez melhor e mais feliz na empresa onde trabalhava. Mesmo sem promoções, ganhando R$ 2.880,97 já líquidos de impostos e descontos, e sendo um dos melhores funcionários da empresa. A empresa compensava com bônus interessantes.

Resumindo até o ano de 2005 
· 120 aportes, totalizando R$ 47.306,15. Média de R$ 394,22.
· 4.143 ações VALE3, R$ 11.098,60 de dividendos reinvestidos em ações, totalizando um patrimônio de R$ 406.755,10.
· A rentabilidade média de seu investimento ficou POSITIVA em 39,19% ao ano.
· Os dividendos representaram R$ 924/mês, quase 33% de seu salário.

Arnaldo comemorou com o avô os 10 anos de investimento. Comprou um uísque Johnny Walker Red Label para o velho. O Avô, claro, reclamou:
 - Arnaldinho, eu merecia, no mínimo, um Black!

2006 – Mais um ano excelente. Mais um desdobramento. 
A data foi marcada para 12/03/2007, na igreja da Urca, ao lado da casa do Rei Roberto Carlos. Arnaldo comprou um apartamento no final de 2005 e já estavam morando juntos, ao menos nos finais de semana para, digamos, um test drive da vida de casado. Foi possível comprar um 3 quartos no condomínio Morada do Sol em Botafogo. Precisando de muitas reformas, o apartamento, ao final de 2005, saiu por pouco mais de R$ 190.000,00.

 Juntando as economias de Arnaldo em renda fixa e utilizando o FGTS, também aplicado em VALE no início da década, foi possível pagar à vista e ainda manter uma pequena reserva. Nesse meio tempo, Alice mostrou as operações que havia feito no Home Broker para Arnaldo. Sempre com algum ganho, mas com custos um pouco elevados. Alice conseguiu transformar os R$ 20.000 em R$ 26.000, o que não era mal. 30% no ano.

Arnaldo nunca havia entrado em detalhes sobre seus investimentos. Mas com o casamento marcado, os finais de semana sob o mesmo teto e com a insistência da moça em fazê-lo “treidar” (comprar e vender no curto prazo), ele resolveu mostrar sua conta na corretora para ela. Isso foi, precisamente, no dia 31/01/2006. Ela viu e gritou:
 - Quatrocentos e oitenta mil reais!!!!! Arnaldo, você é rico!!!! Quanto você colocou para chegar a esse valor? Calmamente ele respondeu:
 - Todos os meses eu coloco 20% do meu salário líquido na bolsa. Dá uns 300 e poucos por mês. Alice reagiu exatamente assim: - Arnaldo, não treida. Não treida!

Resumindo até o ano de 2006 
· 132 aportes, totalizando R$ 54.337,15. Média de R$ 411,65.
· 8.622 ações VALE3, R$ 9.869,33 de dividendos reinvestidos em ações, totalizando um patrimônio de R$ 559.090,73.
 A rentabilidade média de seu investimento ficou POSITIVA em 38,15% ao ano.
· Os dividendos representaram R$ 822/mês, quase 28% de seu salário.

2007 – O ano que parecia bom demais para ser verdade. 
Bom demais não só pela bolsa, mas pelo casamento, pelo bom momento que os dois estavam vivendo e tudo o mais. Arnaldo ficou interessado em fazer outra faculdade, agora de economia, pois havia se envolvido demais no estudo das variáveis econômicas, da gestão das empresas etc. Pediu, tão logo chegou de lua-de-mel, uma renegociação no seu horário na empresa, com base no ótimo relacionamento com os donos da empresa e na carreira exemplar.

Seu patrão concordou em flexibilizar-lhe a carga horária, dar-lhe a sexta-feira livre a partir de 12:00 e manter o pagamento integral, não queria perder funcionário tão dedicado. Esse rearranjo permitiu que Arnaldo se matriculasse na UERJ para estudar Economia, já para o segundo semestre de 2007. 2007 foi um ano tão excepcional para a bolsa e para a VALE que nem parecia ser verdadeiro.

O valor que Arnaldo tinha em ações começou a assustá-lo. Em setembro de 2007 chegou a R$ 1.100.000,00. Cogitou a hipótese de cumprir a promessa que fez a si mesmo e vender 50% para colocar em renda fixa. Mas sua vontade de ver se é possível se aposentar com dividendos foi mais forte do que o conselho do amigo Bianor. Pensava também que seu ganho na bolsa havia sido tão expressivo que uma queda de 20%, 30% não lhe traria grandes emoções.

Resumindo até o ano de 2007 
· 144 aportes, totalizando R$ 62.187,34. Média de R$ 431,86.
· 17.671 ações VALE3, R$ 13.098,56 de dividendos reinvestidos em ações, totalizando um patrimônio de R$ 1.061.165,57. Houve mais um desdobramento de 1 para 1, assim como em 2006.
· A rentabilidade média de seu investimento ficou POSITIVA em 43,17% ao ano. · Os dividendos representaram R$ 1.091/mês, quase 35% de seu salário de R$ 3.152,58.



Continua...

Créditos: Paulo Coutinho.

sexta-feira, 25 de novembro de 2016

A historia de arnaldo pt3


Essa rentabilidade anual fez Arnaldo refletir, pois o investimento em renda fixa trazia algo próximo a isso, às vezes mais. Os detratores do investimento em bolsa de valores, à época, valiam-se justamente dessa visão de que é bobagem investir em bolsa com juros tão altos. Os defensores diziam que, se escolhesse boas ações poderia obter ganhos superiores ao do Ibovespa e ao da renda fixa.

O que fez Arnaldo manter-se na bolsa foi o interesse crescente por economia e finanças, além do grande conhecimento que obteve ao estudar os dados da VALE nos últimos 5 anos. Além disso, pensava que nenhum país do mundo havia conseguido se desenvolver sem que suas empresas pudessem se capitalizar através do mercado de capitais. E continuou. Inseguro quanto à possibilidade de ganhar mais do que na renda fixa, mas seguro de estar fazendo a coisa certa.

2002 – Um ano de grandes sustos na bolsa , mas com desempenho excelente da VALE.
 O ano de 2002 trouxe grandes desafios às empresas brasileiras exportadoras. Arnaldo viu o lucro da VALE despencar pela primeira vez desde que começou a investir na empresa. Ao contrário das outras pessoas, ele não se importava tanto com as oscilações do papel, mas sim com os caminhos da companhia. Arnaldo entendeu que o impacto das mudanças econômicas, cambiais principalmente, no balanço, não deveriam se repetir nos anos seguintes, visão que o deixou menos apreensivo com a forte queda nos lucros.

O ano de 2002 trouxe uma inovação na empresa em que Arnaldo trabalhava. Mesmo se mantendo (feliz) na posição em que entrou, Arnaldo começou a receber um extra, na forma de bônus anual. Era um excepcional funcionário e seus chefes não queriam movê-lo para uma função de chefia. Poderia ser desastroso. Arnaldo agradeceu, pois não queria mesmo ficar mandando em seus colegas ou nos novatos. No primeiro ano, ao final de 2002, seu bônus foi equivalente a 6 salários. Pouco mais de R$ 12.000,00.

 Ficou muito tentado a colocar toda essa grana na bolsa, pois 2002 havia sido um ano esplêndido para VALE. Mas lembrou o que dizia seu avô: Bolsa é risco, não se comporte de forma arriscada, pois colherá risco ao quadrado!Manteve-se quieto, colocou o seu bônus junto daquele dinheiro que estava juntando para dar entrada no apartamento, pois o carro já trocara por um Monza 1996. Com ar-condicionado e direção hidráulica. Faltava apenas 1 ano para Alice completar sua faculdade de medicina.

O namoro estava firme e até a menina começou ao colocar uma graninha em ações, após muita insistência do namorado. Isso deixou o namoro um pouco mais interessante, pois Alice não se cansava de perguntar:
 - Arnaldo, por que você não vende na alta e compra na baixa? Vai ganhar muito mais! Arnaldo respondia:
 - Não faço porque não sei fazer, só sei reparar ar-condicionado. Nisso eu sou bom. Estou ganhando até um extra da empresa!

Resumindo até o ano de 2002 
· 84 aportes, totalizando R$ 29.466,59. Média de R$ 350,79.
· 1.168 ações VALE3, R$ 3.151,22 de dividendos reinvestidos em ações, totalizando um patrimônio de R$ 123.338,42.
· A rentabilidade média de seu investimento ficou POSITIVA em 38,11% ao ano.
· Os dividendos decepcionaram um pouco, mas Arnaldo entendia que não é possível manter o mesmo nível de dividendos com a enorme queda nos lucros, mesmo que por eventos não recorrentes.

O ano de 2002 trouxe uma grande alegria para Arnaldo, em outubro de 2002, pela primeira vez, ele atingiu R$ 100.000 de patrimônio em ações. Chegou mesmo a pensar em retirar uma parte e juntar com os outros R$ 30.000,00 que tinha juntado na renda fixa. Mas manteve-se firme às instruções de seu avô, pouco e sempre, até chegar a hora de colher. Arnaldo também tinha um desafio pessoal, que era elevar os dividendos ao mesmo patamar de seu salário. Sabia que demoraria bastante, mas não esmoreceria.

2003 – Grande retomada da bolsa. Desempenho operacional excelente da VALE, das ações um pouco menos, mas também muito bons. 
Ao final de 2003, Arnaldo já estava sentindo falta daquelas bonificações do começo de seu caminho como investidor de longo prazo. A VALE3 fechou o ano cotada a R$ 169,50. O aporte mensal só dava para comprar 2 míseras ações. Cedo ou tarde, pensava ele, a VALE vai ter que bonificar:
- Está muito caro comprar um lote de 100. Se continuar subindo a cotação, não vai dar nem para 1 ação!

 Pela primeira vez entendeu o motivo das bonificações e desdobramentos. O lucro da VALE mais do que dobrou em 2003. Os resultados, Arnaldo sentiu na cotação da ação e nos dividendos, que voltaram a crescer e retomaram o caminho que ele havia planejado, ficarem equivalentes ao salário anual de Arnaldo. Faltava muito, mas o caminho era esse.

Nesse ano a VALE pagou dividendos 3 vezes (na verdade são JSCP). Em abril pagou R$ 1,62/ação, em agosto pagou R$ 1,94/ação e em outubro pagou R$ 1,48/ação. O ano ainda trouxe um ótimo bônus para Arnaldo, mais de R$ 40.000,00, pois sua empresa ganhou 4 concorrências para servir aos maiores shoppings do Rio.

Resumindo até o ano de 2003
· 96 aportes, totalizando R$ 34.527,87. Média de R$ 359,67.
· 1.247 ações VALE3, R$ 6.320,72 de dividendos reinvestidos em ações, totalizando um patrimônio de R$ 217.687,22.
· A rentabilidade média de seu investimento ficou POSITIVA em 43,46% ao ano. · Os dividendos representaram R$ 530/mês, quase 25% de seu salário.

2004 – Mais um ano excepcional para a VALE e para a Bolsa. 
No início de 2004, Arnaldo continuava em sua função na empresa. O ano foi ótimo para eles todos também, que conseguiram dar a Arnaldo um bônus de 18 salários, quase R$ 45.000,00. Arnaldo, ao final de 2004, já tinha o suficiente em renda fixa para comprar um apartamento modesto na Zona Sul ou algo mais confortável na zona oeste ou zona norte do Rio de Janeiro.

Agora com 30 anos e com Alice formada e fazendo residência no Hospital Miguel Couto, não tardaram a começar aquelas conversas sobre compromisso mais sério. A situação estava relativamente confortável para os dois. O país parecia bem e Alice, aos 26 anos, estava progredindo na residência e fazendo excelentes contatos.

Nesse meio tempo, a VALE atendeu aos anseios de Arnaldo. Após atingir R$ 170,00 fez um desdobramento de 1 para 1 em 18/08/2004, fazendo com que as ações caíssem à metade no valor e com que dobrasse a quantidade de ações.

Resumindo até o ano de 2004 
· 108 aportes, totalizando R$ 40.586,36. Média de R$ 375,80.
· 3.967 ações VALE3 (por conta do desdobramento), R$ 7.728,16 de dividendos reinvestidos em ações, totalizando um patrimônio de R$ 307.236,65.
 · A rentabilidade média de seu investimento ficou POSITIVA em 41,80% ao ano.
· Os dividendos representaram R$ 644/mês, quase 26% de seu salário.

Na visão de Arnaldo, os resultados atingidos estão muitíssimo acima de suas expectativas.
Ligou para agradecer ao avô que lhe disse:
- Hoje não posso falar muito, pois estou com sua avó em Cancun. Ficaremos até a próxima semana, mas quero lhe dar os parabéns meu neto. Você viu seu patrimônio secar por 3 anos, mas seguiu a cartilha corretamente e hoje, além de conhecer muito bem a empresa em que investe, ainda segue rigorosamente a regra do bem estar financeiro. Juntar sempre, no tempo de semear. Agora, ao colher, faça-o sem histeria, sem extravagâncias e sem deslumbramento. Dinheiro não leva desaforo. O barco está chegando...

Continua...

Créditos: Paulo Coutinho